Como lidar com a autossabotagem: técnicas práticas para reconhecer e vencer padrões mentais limitantes

Aprenda a vencer crenças limitantes, lidar com o medo e desenvolver um mindset de crescimento superando a autossabotagem com técnicas práticas.

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Vem aqui comigo, que esse papo é reto e doído na medida certa. Se você é empreendedor ou está nesse processo de construir um negócio, já deve ter percebido que, muitas vezes, o maior obstáculo não é o mercado, a concorrência ou a falta de tempo. É a gente mesmo. Isso tem nome: autossabotagem.

E não, não é drama. É neurociência, psicologia comportamental e, principalmente, sobrevivência emocional. Bora destrinchar esse tema com base em especialistas e, claro, com aquele toque de realidade que só quem vive o corre entende.

O que é autossabotagem e por que ela aparece no empreendedorismo?

De acordo com a psicóloga e escritora Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, a autossabotagem é um conjunto de comportamentos e pensamentos que colocam o indivíduo em rota de colisão com seus próprios objetivos. E o pior: é quase sempre inconsciente.

No empreendedorismo, ela aparece quando você procrastina uma tarefa importante, se boicota antes de lançar algo novo, se paralisa com o medo de não ser bom o suficiente ou se compara tanto que acaba desistindo.

Por que a gente se sabota?

Segundo Carol Dweck, autora do livro "Mindset", muitas dessas atitudes vêm de um mindset fixo, aquele que acredita que não somos capazes de mudar ou evoluir. Esse tipo de pensamento cria bloqueios mentais e emocionais que funcionam como verdadeiras amarras.

Outros fatores que alimentam a autossabotagem:

  • Medo do fracasso (ou do sucesso);

  • Necessidade de agradar a todos;

  • Perfeccionismo excessivo;

  • Baixa autoestima;

  • Crenças limitantes herdadas da família ou da sociedade.

Reconhecer isso já é o primeiro passo. Mas como vencer esse ciclo?

1. Nomeie a voz interna sabotadora

Sabe aquele pensamento que diz: “Isso não vai dar certo”, ou “Quem sou eu para ensinar isso para alguém”? Dê um nome para essa voz. Literalmente. Chame de Zé do Medo, Dona Crença, ou qualquer outro nome que ajude você a separá-la da sua identidade real.

Essa técnica é inspirada na terapia cognitivo-comportamental (TCC), e ajuda a externalizar os pensamentos disfuncionais. Quando você nomeia essa voz, fica mais fácil identificá-la e não deixar que ela tome o volante.

2. Aja antes de estar pronto

Steven Pressfield, autor de "A Guerra da Arte", diz que a resistência interna é o maior inimigo da criatividade e da ação. E o antídoto é simples: faça mesmo sem estar 100% pronto.

Esperar o cenário ideal, o design perfeito, a planilha sem erros é uma armadilha. Empreender é, antes de tudo, uma jornada de protótipos, testes e ajustes. A ação é que molda a confiança, não o contrário.

3. Tenha um ritual de fortalecimento emocional

Assim como você cuida do corpo, também precisa cuidar da mente. Técnicas como journaling (escrita terapêutica), meditação, afirmações positivas e visualização criativa são ferramentas poderosas.

Exemplo prático: todo dia pela manhã, escreva três motivos pelos quais você acredita em si mesmo. Depois, visualize seu dia dando certo. Pode parecer simples, mas é como reprogramar seu "software interno".

4. Mapeie suas crenças limitantes

Essa é hardcore, mas fundamental. Pegue um papel e responda: Quais frases negativas eu ouvi com frequência na minha infância ou adolescência?

Coisas como:

  • "Dinheiro é sujo"

  • "Empreender é coisa de gente rica"

  • "Você não leva nada a sério"

Essas frases, internalizadas, viram verdades silenciosas que regem suas decisões. Quando você traz essas crenças para luz da consciência, pode começar a ressignificá-las.

5. Cerque-se de pessoas que jogam para cima

Jim Rohn já dizia: "Você é a média das cinco pessoas com quem mais convive". Isso é real demais. Se você está sempre cercado de gente negativa, que critica seus sonhos ou só reclama, vai acabar absorvendo esse clima.

Busque comunidades, mentorias, masterminds ou rodas de conversa com gente que pensa grande, que celebra suas conquistas e te puxa para cima. Isso muda tudo.

6. Pratique o "desapego da perfeição"

A perfeição é o disfarce mais glamouroso da autossabotagem. Quando você se recusa a publicar, lançar, falar ou mostrar algo porque ainda não está perfeito, está, na verdade, se protegendo de uma possível crítica ou rejeição.

Lembre-se: feito é melhor que perfeito. E a melhoria contínua vem da prática e da experiência, não do planejamento eterno.

7. Tenha metas pequenas e consistentes

Nada de tentar mudar o mundo em uma semana. Estabeleça metas micro, mas que sejam consistentes. Um passo por dia já é progresso.

A psicóloga Angela Duckworth, em seu livro "Garra", mostra que a perseverança e a paixão por objetivos de longo prazo superam o talento inato. Pequenas vitórias diárias fortalecem sua autoestima e te mantêm no jogo.

Você não é seu medo

Empreender é enfrentar monstros internos. É dançar com o desconforto. Mas também é construir uma versão sua que você nem imaginava ser possível.

A autossabotagem é uma forma do seu ego tentar te proteger. Mas você não precisa mais dessa armadura. Agora você tem ferramentas, consciência e, principalmente, coragem.

Se você chegou até aqui, saiba: isso já é um ato de superação. Salva esse artigo, volta nele sempre que precisar. E compartilha com aquele amigo empreendedor que anda travado. Porque quando a gente cresce junto, a trajetória fica muito mais leve.

Vamos nessa, sem medo, porque você nasceu para fazer acontecer. E eu estou aqui, contigo, nessa caminhada.